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O impacto das Abelhas nos Ecossistemas

  • Ativamente Bons
  • 22 de jul. de 2024
  • 4 min de leitura

Descobre mais acerca do impacto desta espécie nos ecossistemas e na obtenção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Por Miguel Monteiro

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Estes pequenos insetos voadores, que podem ter entre 2 mm e 4 cm de comprimento e cuja diversidade é identificável em mais de 20 mil espécies de abelhas existentes, são absolutamente indispensáveis para o equilíbrio dos ecossistemas, para a manutenção da biodiversidade e, consequentemente, para um planeta sustentável.

Deste modo, é fundamental sensibilizar a população humana para as ameaças com que as abelhas se deparam diariamente.


As abelhas são dos seres vivos que mais positivamente impactam aqueles que as rodeiam, sendo a sua atividade útil para múltiplas espécies de seres vivos, das mais variadas formas. A sua importância inestimável está diretamente relacionada com o ODS 15 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, estabelecidos pela Assembleia Geral das Nações Unidas. O ODS 15 tem como meta “Proteger, restaurar e promover uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, travar e reverter a degradação dos solos e travar a perda da biodiversidade”.


Mas de que forma podem, então, as abelhas impactar positivamente os ecossistemas e a biodiversidade do planeta e contribuir para que sejam alcançadas as diversas metas estabelecidas no ODS 15?


  • Em primeiro lugar, há que destacar a sua mais célebre e reconhecida função- a de agentes polinizadores. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), 75% das espécies agrícolas cultivadas para a alimentação dependem de polinizadores, como as abelhas. As abelhas são, por larga margem, os agentes polinizadores por excelência do planeta Terra, potenciando as terras agrícolas, as várias culturas destinadas à população humana e até outras plantas e árvores, dependentes da polinização. É estimado que uma em cada três dentadas que damos para comer possa ser atribuída à polinização levada a cabo pelas abelhas, que são responsáveis pela polinização de alimentos como: a abóbora, a cereja, a maçã, o manjericão, o tomate, entre muitos outros.


  • Em segundo lugar, as abelhas são responsáveis pela produção, auxiliada e controlada pelos apicultores, de múltiplos produtos úteis para várias funções: mel, pólen, cera, “veneno” e geleia real, entre outros. Destacando algumas das possíveis utilizações destes produtos naturais do “reino das abelhas”, temos, por exemplo: o mel, que pode ser utilizado na alimentação humana; a cera de abelha, que é maioritariamente destinada às indústrias cosmética e farmacêutica; a geleia real, que pode ser aplicada como um remédio natural eficaz para infeções virais; e o pólen de abelha, que tem utilidade como suplemento nutricional.


  • Em terceiro lugar, estes seres trabalhadores contribuem para a preservação do equilíbrio ecológico, polinizando plantas que absorvem o dióxido de carbono da atmosfera; favorecem a manutenção da biodiversidade, transportando pólen de flor em flor e fertilizando uma enorme variedade de plantas e árvores, com um impacto positivo também numa grande variedade de insetos e animais existentes num ecossistema.


  • Por último, operam também como um “barómetro” do estado do meio ambiente, por serem bastante sensíveis a variações de temperatura e outras mudanças climáticas. Através do estudo dos enxames, é possível tirar conclusões respeitantes à saúde ambiental de uma determinada área. Estes estudos podem ser conduzidos através de análises à cera, ao mel e ao pólen das abelhas, que podem revelar várias informações relativas a uma determinada área onde “laboram” as abelhas, nomeadamente os níveis de poluição.


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Entendida a importância das abelhas para a Humanidade e para o planeta Terra, importa agora aferir que ameaças enfrentam estes “pequeninos” seres, que colocam em causa a sua existência, nomeadamente:


  • Práticas agrícolas intensivas e utilização de pesticidas;

  • Perda de habitats, decorrente do crescimento das cidades;

  • Poluição;

  • Alterações climáticas, às quais as abelhas são muito sensíveis, e o aquecimento global;

  • Predadores, como as andorinhas, os abelharucos ou as vespas asiáticas.


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Deste modo, urge questionar: O que pode ser feito para combater as ameaças postas à sobrevivência das abelhas e para que haja uma manutenção e um crescimento das suas populações?


  • Primeiramente, os organismos internacionais devem procurar reduzir as emissões poluentes e as práticas de agricultura intensiva, que façam uso dos pesticidas. A título de exemplo, no que diz respeito à redução da aplicação de pesticidas na agricultura, a União Europeia tem assumido um papel importante nesse sentido, tendo adotado uma proibição de três tipos de pesticidas (neonicotinóides), letais para os enxames;


  • Para além disso, deve continuar a existir um estudo constante na procura de soluções para os problemas que as abelhas enfrentam, que podem incluir, por exemplo: a procura por vacinas a utilizar em colmeias (com o objetivo de erradicar bactérias que devastam enxames) ou uma análise de produtos utilizados na agricultura que possam não ser tão nocivos para as populações de abelhas.

  • Por fim, cada um pode, individualmente, caso tenha oportunidade para isso, procurar cultivar uma planta que floresça entre março e setembro e seja rica em néctar e pólen, de modo a que as abelhas possam prosseguir aí o seu trabalho árduo e aí encontrem um refúgio seguro.

Tendo tudo isto em consideração, é facilmente percetível a importância que as abelhas têm para o equilíbrio dos ecossistemas e o porquê de ser imperativo impedir que o ritmo galopante da pegada humana na Terra e as inovações mortíferas introduzidas pelo Homem não se sobreponham a interesses superiores e ao equilíbrio da vida terrestre.

 

 
 
 

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