top of page
Buscar

Ser feminista no século XXI

  • Ativamente Bons
  • 15 de mar. de 2024
  • 3 min de leitura
Uma reflexão sobre igualdade de género
Por Ana Rita Magalhães

Em março assinala-se o Mês da História da Mulher, bem como o Dia Internacional da Mulher, pelo que urge refletir acerca do panorama atual relativo à igualdade de género nas sociedades contemporâneas do século XXI.

ree

Assinalar estas datas, desde os primórdios da fixação do dia 8 de março, pelas Nações Unidas, traduz-se na tentativa de consciencialização para as conquistas relativas aos direitos e condições das mulheres e, inevitavelmente, o caminho que ainda se tem de percorrer na persecução e na manutenção destes. Evidentemente, seria incorreto percecionar esta data sem referir o movimento feminista, que, de forma breve, se caracteriza por defender a igualdade entre géneros, além deste se incluir como parte responsável pela obtenção de direitos fundamentais.


Mas qual a relevância de ser feminista no século XXI?

Comecemos por abordar esta temática refletindo acerca das conquistas do movimento feminista e da permanência destas nas sociedades atuais.

Num tempo de múltiplas catástrofes globais a nível social e económico, e tendo presente a multiplicidade de realidades e conjunturas dos países, o facto é que os direitos humanos, principalmente os das mulheres e crianças, constituem o primeiro reflexo do declínio causado pelos conflitos mundiais e decisões políticas, o que acaba por se traduzir na violação, desrespeito e recuo em matéria de direitos fundamentais defendidos pelo feminismo.


Pensemos no caso relativo à conjugação da pandemia de Covid-19 com os conflitos armados e a crise climática, e o facto de isto ter impactado a crise humanitária de formas que originaram o retrocesso de décadas de progresso, no que concerne a igualdade de género e a diminuição do estado de vulnerabilidade de mulheres e raparigas em todo o Mundo, em situações tais como as do casamento infantil, relativas a saúde e direitos reprodutivos e de acesso à educação, segundo o Relatório Anual Global de Resultados de 2021 acerca da Igualdade de Género, desenvolvido pela UNICEF. Além disso, a situação de debilidade económica e de escalada de inflação dá aso a situações de disparidades no rendimento do agregado familiar, o que motiva uma maior dependência das mulheres.


Segundo a UNICEF, 1 em cada 4 raparigas entre os 15–19 anos não têm acesso à educação.

Esta disparidade e estereótipos de género verificam-se ainda no acesso a altos cargos de liderança, seja no setor público ou no privado, refletindo o facto de que cerca de 90% da população apresenta um preconceito para com as mulheres, de acordo com o Development Forum Index das Nações Unidas.


ree

Deste modo, é evidente que a esta realidade, somada de uma persistência das ideias acerca dos papéis de género e de uma conotação errónea relativamente ao termo feminista, leva a que a discussão pública e a reflexão que visem a tomada de ações ativas relativas à igualdade de género, não tenham a dimensão que poderiam ter, idealmente.


O que significa, então, ser feminista no século XXI? Qual a relevância de o ser?

Posto isto, e retomando a questão inicial, diria que hoje, mais do que nunca, tendo em conta a sociedade de progresso e tecnológica em que nos encontramos, ser feminista continua a ser algo extremamente premente.


Apesar do progresso efetuado, a atualidade afigura-se, ainda, como palco a uma tensão crescente em matéria de direitos fundamentais, estes que, aparentemente, continuam a ter uma posição de volatilidade e vulnerabilidade perante as mudanças vivenciadas.

Hoje, mais do que nunca, a defesa, a uma escala global, dos direitos humanos e valores sociais que permitam o percecionar de uma sociedade igualitária e justa é indispensável à criação de um Mundo onde a igualdade de género seja uma realidade palpável e constante.


Em conclusão, feminista é uma pessoa, homem ou mulher, que reconhece que ainda estamos aquém de uma sociedade onde exista igualdade de género, o que se afigura como uma necessidade, não só por respeito aos direitos humanos, mas também como forma de melhorar a qualidade e condições de vida para muitos.

 
 
 

Comentários


bottom of page